Lupa Educação

Definição de prioridades para o estudo

Nesses 11 anos em que trabalho com desenvolvimento de habilidades de estudo tenho ouvido muitas pessoas tendo dificuldade para lidar com grandes quantidades de conteúdos para estudar ou mesmo para organizar todas as demandas que tem na vida. Vejo pessoas procrastinando, se esquecendo de compromissos importantes, sentindo ansiedade diante das demandas e, confesso, eu mesmo passo por essas situações. Isso tem levado tem me levado a estudar as razões pelas quais isso acontece e a pesquisar ferramentas para facilitar essa decisão tão difícil que é: “Por onde eu começo?”.

Eu tenho visto que as pessoas tem dificuldade em projetar a extensão das tarefas que precisam realizar, muitas vezes por subestimarem a velocidade em que realizam a tarefa, a dificuldade que teria para realizar a tarefa ou mesmo prever pequenos problemas que pode encontrar ao longo do caminho. Diversos autores da psicologia das mais diferentes abordagens teóricas (de Skinner a Freud) discutem como o ser humano se comporta na direção daquilo que se apresenta imediatamente até que aprenda a agir em função de coisas que acontecerão em longo prazo. Tomar decisões envolvem então pensar em consequências imediatas e projetar consequências futuras das nossas decisões. Definir prioridades envolve essa projeção do futuro.

Aqui vai um exemplo para mostrar como nossas decisões se baseiam na temporalidade. Imagine que você está diante de uma máquina e pode apertar dois botões. O botão da direta te dá imediatamente cem reais, o botão da esquerda te dá os mesmos cem reais, mas você só pode retirá-lo em um ano. A não ser que tenha dinheiro hoje, ou tenha tido alguma história particular que fez com que se comprometesse com coisas em longo prazo, você escolherá os cem reais hoje. Ou seja, o que é imediato tem um valor maior.

Não só isso, envolve um grau importante de autoconhecimento. Se eu pensar um pouco sobre minha história vou identificar coisas que exigiram mais esforço mental do que outras e isso é muito pessoal. Por exemplo, para mim, em grande parte das situações da minha vida, é muito mais simples escrever um texto do que responder a um e-mail. Eu sinto que eu preciso me esforçar muito mais para escrever o e-mail. O esforço para realizar determinada atividade pode mudar de tempos em tempos, principalmente a depender do que acontece quando nos esforçamos. Sempre uso um exemplo em aulas para exemplificar esse ponto: imagine que você tem uma nota de dois reais e ela vai parar embaixo de um armário realmente pesado, você se esforçaria para levantar o armário? E se, ao invés da nota de dois reais, você tivesse um cheque de dez mil reais, você levantaria o armário?

Além disso tudo, a importância de uma atividade é extremamente importante. Por exemplo, o que acontece se você não entregar uma tarefa ou o que acontece se você entregar uma tarefa? Perguntas nos ajudam a definir a importância dessas tarefas.

Tendo todos esses fatores em vista, junto com Saulo Velasco, criei o DMC (Decision Making Canvas). Que pode ser baixado gratuitamente na sessão de Downloads no nosso site.

Parece que fica mais fácil fazer projeções de esforço, importância, urgência e quantidade, ainda que de forma vaga quando precisamos comparar situações. No DMC, você deverá preencher uma estimativa subjetiva comparando as demandas que tem que realizar em uma escala de 1 a 3. A partir de uma fórmula simples é possível estimar uma prioridade comparativa entre diferentes demandas. A fórmula é P = 4U + Q + E + I, sendo P a prioridade, Q a quantidade, E o esforço e I a importância. Depois de calcular, você compara os números de prioridade e pode tomar uma decisão mais racional para começar suas atividades.

 

Espero que gostem do DMC!

Um abraço,

Henrique Angelo

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