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Procrastinação: um relato sincero

Introdução

Olá, eu me chamo João. Desde que me conheço por gente, eu sou um procrastinador nato. Eu espero que por meio desse relato da minha experiência com a procrastinação, eu ofereça alguma clareza com algo que possa estar acontecendo com você.

relato de um procrastinador
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A ilusão do gênio: como as pessoas à sua volta não conseguem enxergar que você está com problemas

Talvez você esteja passando por algo invisível aos olhos da sociedade atual

Primeiramente, meu grande problema como procrastinador é que consigo resultados, mesmo deixando tudo pra última hora. O sistema nunca aparenta ser falho para terceiros, por que objetivamente ele não demonstra falhas. Também nunca sou visto estudando ou trabalhando no dia-a-dia. Isso cria a ilusão que sou algum tipo de “gênio”. Aquele que consegue ir bem em uma prova sem estudo ou entregar um trabalho sem gastar tempo algum. No entanto, gênio, por definição, possui um talento inato. Eu, não.

O que realmente ocorre é que, sob muito estresse, realizo minhas obrigações pouco tempo antes do prazo da sua demanda. Em uma sociedade em que o resultado é priorizado sobre o processo, as pessoas em torno não conseguem enxergar o problema. Pouco importa se o sujeito passou noites sem dormir e vai ter dias de cansaço físico e mental após entregar sua prova ou trabalho. Ele tirou um 10 não tirou? Na minha opinião, você sacrifica muito por muito pouco. Por quê?

A bomba de estresse e o vício em adrenalina

Já tive amigos e parentes que expressaram inveja pelas minhas “habilidades” de conseguir resultados sem nenhum esforço aparente. A verdade é que esses 10/10 milagrosos em provas vem de semanas de constante inquietação. Em termos mais claros, um sentimento que chamo de “eu devia estar fazendo algo” fica me cutucando constantemente enquanto procrastino. Ele é baixo o suficiente para permitir que eu faça coisas, mas alto o suficiente para impedir que eu aproveite o que estou fazendo. Por exemplo, se estou vendo um filme ou série, não consigo sequer me lembrar o que eu assisti minutos depois. Isso se deve ao fato que o “eu devia estar fazendo algo” não me deixa me concentrar. Fico constantemente pensando no que deveria estar fazendo, e não de fato focando no que estou fazendo no momento.

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Eventualmente, a data da prova ou de entrega do trabalho chega. Cerca de três dias antes, ocorre algo que eu chamo de “bomba de estresse”. Como uma epifania, o prazo iminente me força a pensar nas consequências que vão se concretizar caso eu não faça minhas obrigações. Com isso, explode a bomba de estresse. Ocorre algo parecido com um pico de adrenalina. Essa adrenalina me impede de dormir ou comer direito, mas me força a fazer as minhas obrigações com 100% de foco. Com a passagem do prazo, a adrenalina cai e com isso vem a exaustão física e mental do corpo. De certa forma, é um sentimento bom conseguir fazer tudo que você precisa em pouquíssimo tempo. É aí que se torna um vício.

A imprevisibilidade do super-poder do procrastinador

A “adrenalina” da bomba de estresse me vicia principalmente porque eu me sinto um super humano com ela. Tenho a impressão que se funcionou uma vez, sempre vai funcionar. Portanto, eu nunca começo as coisas com antecedência. Porém, o problema é que nem sempre a adrenalina dá conta da tarefa. Muitas vezes já fiz provas sem saber 25% do conteúdo ou entreguei trabalhos incompletos. Ou seja, o “eu devia estar fazendo algo” segue me atormentando. Isso se deve ao fato de que, no fundo, eu sei que a bomba de estresse nem sempre vai dar conta.

Mudança de estratégia e rotina de um procrastinador

No entanto, existem estratégias para combater a procrastinação. Comigo elas funcionam temporariamente. Isso porque quebro rotinas constantemente, que é muito debilitador. Dado que a maioria das estratégias contra procrastinação se baseiam em rotina. Mas eu integro um novo método que aprendi aqui com a equipe da Lupa. Esse método é basicamente buscar uma nova estratégia toda vez que a última começar a falhar. O vídeo do nosso canal do YouTube pode explicar melhor esse conceito:

Em síntese, vou ter que sempre buscar novas maneiras de ser produtivo. Mas o primeiro passo é aceitar isso. A partir daí, tenho que fixar na cabeça que não existe um “daqui a pouco” para as minhas obrigações. Então, tenho que tentar quebrar a barreira do fluxo de improdutividade. Admito que até hoje ainda tenho recaídas. Mas não conseguiria fazer muito do que eu faço hoje se eu continuasse no mesmo ritmo que eu estava antes de aprender esses métodos.

Ei, quem sabe você se identificou comigo nesse texto. Se esse for o caso, só te digo uma coisa: é difícil lidar com a procrastinação. Mas por meio dessa conclusão, eu te dou ferramentas pra finalmente começar a combater ela.

Espero que possa ter ajudado!

João

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Procrastinação: um relato sincero. A imagem mostra um procrastinador mexendo no celular ao invés de fazer o seu planejamento de estudos

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